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Coletivo Comum apresenta Ocupação Brasil 200 – Dois séculos de uma nação fraturada

A Ocupação Brasil 200 faz parte do Projeto eXílio – Sociedade e teatro a contrapelo,…

A Ocupação Brasil 200 faz parte do Projeto eXílio – Sociedade e teatro a contrapelo, do Coletivo Comum (2022/2024) e traz para o debate, dentre outres, convidados como Bruno Paes Manso, Benedito Mariano, Elaine Mineiro, Julieta Paredes, Marcelo Ridenti, Ave Terrena e Salloma Salomão.

Esta ocupação é parte do projeto que foi contemplado pela 39ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura, e pretende contribuir com a discussão sobre a história nacional, lançando hipóteses e questionamentos sobre a formação social do país.

Instalação audiovisual, ciclo de debates, seminários, trilha, intervenções cênicas-literárias e gráficas, feira de livros, consumo de alimentos saudáveis, homenagem aos familiares das vítimas de Paraisópolis, sarau, slam e jongo: essas são as atividades previstas para a Ocupação Brasil 200, uma iniciativa do Coletivo Comum que ocorre na Comunidade Cultural Quilombaque de 8 a 12 de dezembro de 2022, quinta a segunda-feira, com entrada gratuita.

O evento parte do evento histórico da Independência do Brasil, simbolizado pelo Grito do Ipiranga em 7 de setembro de 1822, mito fundador criado e recriado segundo as conveniências das elites nacionais. A ideia é estabelecer um grande panorama sobre o Brasil contemporâneo, à luz da sua trajetória de violências e resistências.

Estão confirmadas as participações de: Bruno Paes Manso, Benedito Mariano, Rosemary Segurado, Julieta Paredes, Gerson de Souza Oliveira, Ave Terrena, Comunidade Cultural Quilombaque, Márcio Verá Mirim, Thaís Santos, Quilombo Periférico/Elaine Mineiro, Luiz Marques, Helena Silvestre, Renata Gonçalves, Fabio Luis Barbosa dos Santos, José Correa Leite, Marcelo Ridenti, Salloma Salomão, Julio Dojcsar, Coletivo Transverso/Cauê Maia, Renan Rovida, Renata Soul, Grupo Teatral Pandora, Movimento de familiares das vítimas do massacre em Paraisópolis, Slam da Guilhermina e Coral Firmeza Permanente/CIEJA Perus.

Para Fernando Kinas, diretor e pesquisador teatral que propôs a ideia geral da Ocupação, “só é possível compreender nosso país a contrapelo, na contramão de ideias geralmente aceitas”. Segundo ele “a brutalidade da nossa história, reunindo extrativismo predatório, escravidão e hiperconcentração de poder e renda, também reduziu nosso horizonte utópico e nossas perspectivas”. Agora, diante de novos desafios, como a ideologia do empreendedorismo e o ressurgimento de práticas fascistas, “é preciso um movimento crítico que surpreenda nossos hábitos, apontando para alternativas sistêmicas”.

A Comunidade Cultural Quilombaque desempenha papel fundamental ao desvelar as potências territoriais de Perus

A Comunidade Cultural Quilombaque desempenha papel fundamental ao desvelar as potências territoriais de Perus

Realizar o conjunto das atividades na Comunidade Cultural Quilombaque, um centro de cultura e de convivência criado em 2005 no bairro de Perus, reafirma a convicção de que nosso país precisa ser pensado pelo conjunto daqueles e daquelas que o formaram e que os destinos da nação não podem mais ignorar temas e realidades que até hoje ainda não tiveram o protagonismo necessário.

O Quilombaque se inspira no movimento Queixadas, nome pelo qual ficaram conhecidos os trabalhadores da Fábrica de Cimento de Perus (uma trilha será organizada até esta fábrica durante a Ocupação Brasil 200), que se organizaram em rede para uma greve de sete anos durante a ditadura militar (entre 1962 e 1969) pela melhoria das condições de trabalho e em defesa do meio ambiente. Queixada é uma espécie de porco do mato, muito temido pelos predadores e caçadores. Sozinho, um queixada é fraco e vulnerável. Quando organizados em grandes grupos, os queixadas são fortes e avançam sobre a ameaça. Em âmbito nacional a Comunidade Quilombaque integra a Coalizão Negra por Direitos.

O Coletivo comum, antiga Kiwi Companhia de Teatro, foi criado em 1996 e está sediado em São Paulo desde 2005. O grupo realizou cerca de vinte montagens teatrais, organizou dezenas de eventos formativos e publica o caderno de estudos Contrapelo.

ATIVIDADES POR EIXOS

INSTALAÇÃO AUDIOVISUAL VERSO E ANVERSO DA INDEPENDÊNCIA

Instalação contrapondo duas representações sobre a formação social brasileira através de imagens fílmicas: Independência ou Morte, de Carlos Coimbra e Os Inconfidentes, Joaquim Pedro de Andrade, lançados em 1972, quando o país, no auge da ditadura civil-militar, comemorava os 150 anos de sua Independência.

CICLO DE DEBATES

Os títulos dos debates referem-se, crítica e ironicamente, a três versos do Hino da Independência.

08 de dezembro (quinta-feira), 16h

Não temais ímpias falanges

Esquadrões da morte, milícias e crime organizado

Debatedore/as: Bruno Paes Manso (jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, autor de A república das milícias); Benedito Mariano (especialista em segurança pública, ex-ouvidor da PM de São Paulo) e Rosemary Segurado (professora de Ciências Sociais da PUC-SP, autora de Desinformação e democracia: a guerra contra as fake news na internet).

Mediação: Fernanda Azevedo

09 de dezembro (sexta-feira), 16h

Brava gente brasileira!

Identidade nacional, movimentos sociais e lutas de resistência

Debatedore/as: Julieta Paredes (artista e ativista feminista-comunitária aymará); Gerson de Souza Oliveira (membro da direção estadual do MST/SP); Márcio Verá Mirim (cacique Guarani Nhandeva, aldeia Yvy Porã, Jaraguá); Thaís Santos (cofundadora da Comunidade Cultural Quilombaque e integrante da Coalizão negra por direitos); Ave Terrena (dramaturga, professora e poeta transvestigênera).

Mediação: Osvaldo Pinheiro

10 de dezembro (sábado), 16h

Os grilhões que nos forjava

Escravidão, neocolonialismo e dependência

Debatedores/as: Elaine Mineiro (integrante do Quilombo periférico, vereadora do Psol em São Paulo), Renata Gonçalves (professora da Unifesp, coordenadora do Projeto Intelectuais Negras Brasileiras) e Luiz Marques (professor de História da Unicamp, autor de Capitalismo e colapso ambiental).

Mediação: Mariana Lucas Setúbal

SEMINÁRIOS

11 de dezembro (domingo), 16h

Independências e fraturas

Com Helena Silvestre (escritora, autora de Notas sobre a fome, feminista e militante por moradia e território), Fabio Luis Barbosa dos Santos (professor de relações internacionais da Unifesp, coautor de O médico e o monstro), José Correa Leite (historiador, cientista social e militante ecossocialista, professor da FAAP).

12 de dezembro (segunda-feira), 16h

A representação do país nas artes e na cultura

Com Marcelo Ridenti (professor de sociologia da UNICAMP, autor de O segredo das senhoras americanas e Em busca do povo brasileiro), Salloma Salomão (artista e pesquisador de culturas negras, autor de Negras insurgências).

TRILHA MEMÓRIA QUEIXADA

11 de dezembro (domingo), 10h

Caminhada com duas horas de duração (saindo e retornando ao Quilombaque) que resgata a memória de resistência e luta dos Queixadas, trabalhadores da primeira fábrica de cimento do Brasil, localizada em Perus, responsáveis por uma greve de sete anos contra a exploração e as más condições de trabalho.

INTERVENÇÕES CÊNICAS-LITERÁRIAS

As intervenções, propostas pelo Coletivo Comum e convidadas/os, serão realizadas em diferentes momentos da Ocupação.

Romance nacional

Leituras cênicas sobre a identidade brasileira a partir de trechos literários e ensaísticos.

Estética e cosmética da fome

Leituras cênicas sobre a formação social e cultural do Brasil a partir de reflexões sobre obras artísticas.

AMBIENTAÇÃO E INTERVENÇÕES GRÁFICAS

Impressão de cartazes em grande formato com reflexões sobre a formação social brasileira. Os cartazes serão instalados nos diferentes espaços do Quilombaque e uma tiragem será distribuída aos participantes da Ocupação.

Intervenções urbanas propostas pelo grafiteiro e cenógrafo Julio Dojcsar e pelo poeta e artista visual Cauê Maia/Coletivo Transverso.

FEIRA DE LIVROS

Exposição, troca, lançamento e venda de livros sobre a história do Brasil, arte e cultura, resistências populares e alternativas sociais.

Editoras parceiras participarão do evento com publicações relacionadas aos temas da Ocupação.

SARAU DA QUILO

09 de dezembro (sexta-feira), 19h

Sarau proposto pela Comunidade Cultural Quilombaque, com a participação do Coral Firmeza Permanente (voz e percussão) formado por professores e estudantes do CIEJA Perus, incluindo pesquisa sobre a cultura musical haitiana.

Lançamento do livro Dramaturgia 1 e performance do Grupo Teatral Pandora, sediado em Perus.

Homenagem ao Movimento de familiares das vítimas do massacre em Paraisópolis, criado após a morte de nove jovens em decorrência da ação policial na zona sul de São Paulo, em dezembro de 2019.

CONSUMO DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS

Comercialização de alimentos saudáveis produzidos por pequeno/as produtore/as rurais, cooperativas e moradore/as de Perus.

SHOW, SLAM E JONGO

10 de dezembro (sábado), 19h

Evento com artistas convidados/as pela Comunidade Cultural Quilombaque e Coletivo Comum. Participação do Slam da Guilhermina. Simultaneamente serão realizadas projeções a partir de pesquisa iconográfica sobre a história brasileira, incluindo representações canônicas e imagens do Brasil contemporâneo produzidas por artistas contemporâneos.

Nesta ocasião também será celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, em sintonia com a Semana de Direitos Humanos, evento tradicionalmente organizado pelo Quilombaque.

ATIVIDADES POR DIA

8 de dezembro, quinta-feira

16h – DEBATE

Não temais ímpias falanges

Esquadrões da morte, milícias e crime organizado

Debatedore/as: Bruno Paes Manso (jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, autor de A república das milícias); Benedito Mariano (especialista em segurança pública, ex-ouvidor da PM de São Paulo) e Rosemary Segurado (professora de ciências sociais da PUC-SP, autora de Desinformação e democracia: a guerra contra as fake news na internet).

Mediação: Fernanda Azevedo

9 de dezembro, sexta-feira

  • 16h – DEBATE

Brava gente brasileira!

Identidade nacional, movimentos sociais e lutas de resistência

Debatedore/as: Julieta Paredes (artista e ativista feminista-comunitária aymará); Gerson de Souza Oliveira (membro da direção estadual do MST/SP); Márcio Verá Mirim (cacique Guarani Nhandeva, aldeia Yvy Porã, Jaraguá); Thaís Santos (cofundadora da Comunidade Cultural Quilombaque e integrante da Coalizão negra por direitos); Ave Terrena (dramaturga, professora e poeta transvestigênera).

Mediação: Osvaldo Pinheiro

  • 19h – SARAU DA QUILO

Sarau proposto pela Comunidade Cultural Quilombaque, com a participação do Coral Firmeza Permanente (voz e percussão) formado por professores e estudantes do CIEJA Perus, incluindo pesquisa sobre a cultura musical haitiana.

Lançamento do livro Dramaturgia 1 e performance do Grupo Teatral Pandora, sediado em Perus.

Homenagem ao Movimento de familiares das vítimas do massacre em Paraisópolis, criado após a morte de nove jovens em decorrência da ação policial na zona sul de São Paulo, em dezembro de 2019.

10 de dezembro, sábado

  • 16h – DEBATE

Os grilhões que nos forjava

Escravidão, neocolonialismo e dependência

Debatedores/as: Elaine Mineiro (integrante do Quilombo periférico, vereadora do Psol em São Paulo), Renata Gonçalves (professora da Unifesp, coordenadora do Projeto Intelectuais Negras Brasileiras) e Luiz Marques (professor de História da Unicamp, autor de Capitalismo e colapso ambiental).

Mediação: Mariana Lucas Setúbal

  • 19h – SHOW, SLAM E JONGO

Evento com artistas convidados/as pela Comunidade Cultural Quilombaque e Coletivo Comum. Participação do Slam da Guilhermina. Simultaneamente serão realizadas projeções a partir de pesquisa iconográfica sobre a história brasileira, incluindo representações canônicas e imagens do Brasil contemporâneo produzidas por artistas contemporâneos.

Nesta ocasião também será celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, em sintonia com a Semana de Direitos Humanos, evento tradicionalmente organizado pelo Quilombaque.

11 de dezembro, domingo

  • 10h – TRILHA MEMÓRIA QUEIXADA

Caminhada com duas horas de duração (saindo e retornando ao Quilombaque) que resgata a memória de resistência e luta dos Queixadas, trabalhadores da primeira fábrica de cimento do Brasil, localizada em Perus, responsáveis por uma greve de sete anos contra a exploração e as más condições de trabalho.

  • 16h – SEMINÁRIO

Independências e fraturas

Com Helena Silvestre (escritora, autora de Notas sobre a fome, feminista e militante por moradia e território), Fabio Luis Barbosa dos Santos (professor de relações internacionais da Unifesp, coautor de O médico e o monstro), José Correa Leite (historiador, cientista social e militante ecossocialista, professor da FAAP).

12 de dezembro, segunda-feira

  • 16h – A representação do país nas artes e na cultura

Com Marcelo Ridenti (professor de sociologia da UNICAMP, autor de O segredo das senhoras americanas e Em busca do povo brasileiro), Salloma Salomão (artista e pesquisador de culturas negras, autor de Negras insurgências).

Atividades permanentes entre 8 e 12 de dezembro

INSTALAÇÃO AUDIOVISUAL VERSO E ANVERSO DA INDEPENDÊNCIA

  • Instalação contrapondo duas representações sobre a formação social brasileira através de imagens fílmicas: Independência ou Morte, de Carlos Coimbra e Os Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade, lançados em 1972, quando o país, no auge da ditadura civil-militar, comemorava os 150 anos de sua Independência.

INTERVENÇÕES CÊNICAS-LITERÁRIAS

As intervenções, propostas pelo Coletivo Comum e convidadas/os, serão realizadas em diferentes momentos da Ocupação.

  • Romance nacional

Leituras cênicas sobre a identidade brasileira a partir de trechos literários e ensaísticos.

  • Estética e cosmética da fome

Leituras cênicas sobre a formação social e cultural do Brasil a partir de reflexões sobre obras artísticas.

AMBIENTAÇÃO E INTERVENÇÕES GRÁFICAS

  • Impressão de cartazes em grande formato com reflexões sobre a formação social brasileira. Os cartazes serão instalados nos diferentes espaços do Quilombaque e uma tiragem será distribuída aos participantes da Ocupação.
  • Intervenções urbanas propostas pelo grafiteiro e cenógrafo Julio Dojcsar e pelo poeta e artista visual Cauê Maia/Coletivo Transverso.

FEIRA DE LIVROS

  • Exposição, troca, lançamento e venda de livros sobre a história do Brasil, arte e cultura, resistências populares e alternativas sociais.
  • Editoras parceiras participarão do evento com publicações relacionadas aos temas da Ocupação.

CONSUMO DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS

  • Comercialização de alimentos saudáveis produzidos por pequeno/as produtore/as rurais, cooperativas e moradore/as de Perus.

Ficha Técnica

Concepção e execução: Coletivo comum – Beatriz Calló, Camila Lisboa, Fernanda Azevedo e Fernando Kinas

Curadoria dos debates e seminários: Coletivo comum, Fabio Luis Barbosa dos Santos, José Correa Leite e Mariana Setúbal

Ambientação e intervenções gráficas: Cauê Maia/Coletivo Transverso e Julio Dojcsar

Iluminação: Clébio Ferreira (Dedê)

Convidado/as para as intervenções cênicas: Renan Rovida e Renata Soul

Criação visual: Camila Lisboa

Produção: Patricia Borin

Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Diogo Locci

Serviço

08 a 12 de dezembro de 2022 (quinta a segunda)

Comunidade Cultural Quilombaque, travessa Cambaratiba, 5, Perus, São Paulo, SP

Estação de trem Perus (linha 7, Rubi), 150 metros

Entrada gratuita

Site | E-mail | IG: @coletivocomum | Informações: 11 982572567 (Patrícia)