Palco Hip Hop destaca cena cultural de Contagem em sua terceira etapa
A última etapa do festival em 2024 acontece nos dias 29 e 30 de novembro,…
A última etapa do festival em 2024 acontece nos dias 29 e 30 de novembro, com programação gratuita dedicada à cultura Hip Hop com roda de conversa e workshops na Estação Juventude, em Contagem (MG)
Nos dias 29 e 30 de novembro, a Estação Juventude, em Contagem, recebe a última etapa do Palco Hip Hop 2024. O evento que celebra os 40 anos do movimento hip hop no Brasil traz uma programação gratuita e diversificada combinando ações formativas, bate-papos, dança e música. Ao todo, serão seis workshops, um baile e dois bate-papos abertos para toda a comunidade, com participação de nomes de destaques da cultura Hip Hop, em especial de artistas que fortalecem a cena na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Toda programação é gratuita e está disponível no Instagram @palcohiphop.
Após ocupar o Sesc Palladium, os espaços culturais dos bairros Bonfim e Taquaril e a EMPoeint – Escola Municipal Polo de Educação Integrada, no Barreiro, o projeto Palco Hip Hop chega em Contagem para a sua primeira ação de duas etapas na cidade, reafirmando a força da cultura urbana como ferramenta de expressão, integração e transformação social.
Victor Magalhães, curador e idealizador do Palco Hip Hop, afirma que a terceira etapa do evento busca trabalhar o contexto da cultura do hip hop atuante em Contagem. “Na última fase do projeto queremos fortalecer o movimento, dialogando diretamente com artistas da cidade, em especial sobre as mulheres atuantes na cena e também sobre o panorama das batalhas de MCs em todo o estado. Também preparamos algumas oficinas inéditas de danças urbanas periféricas que também estão em constante diálogo com a cultura Hip Hop como o Charme e o Funk”, destaca.
O Projeto Palco Hip Hop celebra os 40 anos desse movimento no Brasil e é realizado por Neon Cultura e Entretenimento e a correalização é do Instituto Aya de Arte e Cultura Negra e Periférica. Conta com o patrocínio master da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e patrocínio da Ambev, por meio do Edital Nacional Fundo Bora Cultura Preta de 2023.
Programação
Um dos destaques desta etapa são as atividades formativas, que oferecem oportunidades de aprendizado e troca de experiências em diferentes linguagens artísticas, com destaque para os workshops de jazz funk, breaking para mulheres e iniciantes, passinho e danças sociais. “A formação é um dos pilares do nosso projeto. Queremos trazer atividades inéditas para Contagem para ampliar o acesso à cultura hip hop e fomentar esse espaço para que cada vez mais pessoas possam ocupá-lo,” completa Victor.
A programação começa na sexta-feira, dia 29, às 10h com o workshop de Jazz Funk, com a recifense Áslei. A artista atua também como professora em diversos estúdios de Belo Horizonte, é coreógrafa e também bailarina do DJ WS da Igrejinha. Às 16h, Jonnatha Miranda vai oferecer um workshop de hip hop dance, e, em seguida, às 18h, o DJ Poetry vai conduzir o workshop de Charme. A atividade é uma preparação para o Baile Soul, com DJ Blackoof e John Couto convidando DJ Poetry, que acontece logo em seguida, às 20h. “Será uma oportunidade para os participantes colocarem em prática os passos aprendidos”, destaca Victor Magalhães.
No sábado, dia 30, as atividades começam às 10h, com a roda de conversa Panorama das batalhas de MCs em Minas Gerais, com PDR (Família de Rua), Hygão (Batalha da Jabu) e Novak (Batalha), produtores culturais de importantes movimentos que mantém viva a prática das batalhas entre a juventude. No mesmo horário, a educadora social, grafiteira, produtora cultural, Pimenta, vai ofertar o workshop de breaking para mulheres e iniciantes. Às 11h, Miss Black, Maria Riama e Nega Ruiva vão conduzir uma conversa sobre As mulheres e o hip hop em Contagem. A parte da tarde fica por conta de duas atividades: às 13h, Dudu Sorriso com o workshop de passinho, e às 15h, Eduardo Sô com o workshop de danças sociais para terceira idade.
Sobre o Palco Hip Hop
Em 2024, o projeto que se dedica a fortalecer e difundir a Cultura Hip Hop no país contará com três etapas. A primeira foi realizada em fevereiro no Sesc Palladium, e a segunda em julho, no Barreiro. O festival homenageia os 40 anos do Movimento Hip Hop no Brasil e também 13 anos de existência do projeto, sendo que já reuniu um público de mais de 30 mil pessoas ao longo dos anos. O festival caracteriza-se pelos becos periféricos, constituindo-se em um movimento de reivindicação de espaço e voz das periferias.
Tem na cultura Hip Hop, traduzida no ritmo forte e intenso da dança, nas imagens e mensagens grafitadas, uma realidade que é invisível para a maior parte da população nacional. Ao longo das edições, mais de 30 mil pessoas já passaram pelo Palco Hip Hop.
Programação completa
29 de novembro
- 10h às 12h: Workshop de Jazz Funk – com Áslei Helen
- 16h às 18h: Workshop de Hip Hop Dance – com Jonathan Miranda
- 18h às 20h: Workshop de Charme – com DJ Poetry
- DJ Blackoof e John Couto convidam DJ Poetry para o Baile Charme.
- 20h às 21h30: DJ Blackoof e John Couto convidam DJ Poetry para o Baile Charme
30 de novembro
- 10h às 11h: Roda de conversa: Panorama das batalhas de MCs em Minas Gerais
- Participantes: Pedro Valentim (Família de Rua), Higão (Batalha da Jabu) e Novak
- 11h às 12h: Roda de conversa: As mulheres e o hip hop em Contagem
- Participantes: Miss Black, Maria Riama e Nega Ruiva. Mediação de Karol Ciotto.
- 10h às 12h: Workshop de Breaking para mulheres e iniciantes – com Pimenta
- 13h às 15h: Workshop de Passinho – com Dudu Sorriso
- 15h às 17h: Workshop de Danças Sociais – com Eduardo Sô
Artistas participantes
Áslei Helen – artista versátil com estudos mais focados nas áreas do Jazz Funk e Heels. Atua como professora em diversos estúdios em Belo Horizonte, coreógrafa e bailarina do artista WS da Igrejinha, diretora geral e idealizadora do Ahproject e bailarina do grupo jovem arte e passo que tem o foco nas modalidades do contemporâneo e ballet clássico. Tem vivências nas modalidades do Jazz Funk, Heels, Jazz Moderno, Contemporâneo, Hip Hop e Dança de Salão.
Poetry – DJ, dançarino, produtor cultural entre outras coisas, voltando sempre para a arte e a ancestralidade. Movimentando projetos de música e dança dentro da cultura preta, fortalecendo as suas raízes.
Pimenta – Pimenta, natural de Ribeirão das Neves (MG), iniciou no Hip Hop em 2007 com o Graffiti e o Breaking. Participou de eventos renomados como Master Crew (SP) e Brasil Super Battle (DF). Educadora social, B-girl, grafiteira e produtora cultural, é idealizadora do projeto “Hip Hop Lugar de Mulher”. Integra os coletivos Nunca Fui Barbie Crew, Click Rua e 2L Crew.
Eduardo Sô – Introdução à cultura dos passinhos a partir de 1975. Discípulo de Maurício Tobias (Jazz & Cia). É da primeira geração da Cultura Hip-Hop e da Street Dance em Belo Horizonte desde 1983. Eduardo Sô, fez parte do lendário grupo Break Crazy. Fez parte da Cultura Hip-Hop Paulistana por 15 anos. Por 10 anos foi integrante da Cia Discípulos do Ritmo (SP), que em parceria com Ballet Stagium, a Cia fez parte do espetáculo “A Margem dos Trilhos” com turnê por todo o Brasil. Depois a Cia foi convidada pelo Instituto Goethe para realizar trabalhos junto com o renomado dançarino alemão Niels “Storm” Robitzky, onde conceberam os espetáculos “Tá Limpo!” e depois “Geometronomics”, gerando várias turnês por anos pelo Brasil, Europa e Grécia. Eduardo Sô faz parte da comunidade Black Soul/Funk de Belo Horizonte onde criou um método chamado “FunkSôBrother”, com aulas práticas de toda sua experiência com as danças dos passinhos de Soul/Funk com as danças do Hip-Hop. Também é Curador Artístico do evento Palco Hip-Hop (BH), Produtor e curador do Fábrica de Graffiti, é sempre convidado a ser juri, palestrante, com apresentações e workshops no SID (Simpósio Internacional da Dança – BH), Festival de Dança de Joinville (SC), Batlle in The Cypher (RS), Palco Hip-Hop (BH), Identidade Hip-Hop (SP), Passo de Arte (SP/BH), Meeting Hip-Hop (SP), Batalha na Praça e Palco Meu (Santa Luzia/MG).
Miss Black – pioneira do Hip Hop em Minas Gerais, com uma trajetória que começou em 1989 e consolidou sua presença como uma das vozes mais importantes da cena. Integrante do grupo “Expressão Ativa” e fundadora do “Estilo Feminil”, ela ampliou sua atuação com projetos sociais e culturais, como o “Di Rua” e o “Conexão Hip Hop”, em Contagem. Sua contribuição inclui participações em coletâneas, shows com artistas renomados como Tianastácia e prêmios como o “Mestras e Mestres da Cultura Popular”. Diretora estadual da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop até 2023, Miss Black é símbolo de resistência, protagonismo feminino e promoção da cidadania por meio da cultura.