Da Cruz é urbana, dançante e política em Eco do Futuro
A cantora e compositora Mariana Da Cruz se firma como uma grande representante da música…
A cantora e compositora Mariana Da Cruz se firma como uma grande representante da música brasileira na Europa e lança seu novo álbum no Brasil.
Eco do Futuro é um disco “preto” e urbano, apresentado no exterior como “afro-brazilian bass music”. O quinto álbum da cantora e compositora Mariana Da Cruz chega ao Brasil após ter sido lançado na Europa e EUA.
Radicada na Suíça há mais de uma década, Da Cruz (como é chamada artisticamente) foge dos clichês verde e amarelos e representa muito bem a música brasileira contemporânea por onde passa: de Montreal a Montreux, de Londres a São Paulo.
Reconhecida também pelo trabalho de difusão da cultura afro-brasileira, a artista vem consolidando um percurso claramente político em temática e sonoridade, abordando de forma direta temas como racismo, violência contra as mulheres, a falsa liberdade de ir e vir da pessoa negra, entre outros.
Eco do Futuro é uma viagem eletro-acústica ambientada nos enfumaçados estúdios de gravação de Kingston Town ou dos clubes mal ventilados de Londres. Esta viagem que ainda funde Kwaito, Baile Funk, Afrobeat, Dub e Hip-Hop apresenta um Brasil de sentimentos ambíguos, que oscila entre revolução e resignação, raiva e alegria, esperança e desespero, traduzidos em canções extremamente dançantes. Vale prestar atenção nos inconfundíveis beats de Ane H.
“Negra Sim” é uma espécie de Baile Funk Suíço. Uma mistura de electro europeu (meio Kraftwerk) e hip-hop (com beatbox). A faixa é inspirada pelas produções do início dos anos 80.
Já “Virose” é um dub/rap onde Da Cruz alerta para se tomar cuidado com o vírus do ódio e da intolerância.
“Sinhá Mandou” é um afrobeat-jazzístico-futurista e “Pobre Mentality” funde batidas eletrônicas com sopros e tambores.