O funk é mais que apenas um estilo musical, ele é um movimento cultural muito amplo, afirma o CEO da LUJO NETWORK e especialista em distribuição digital, Jeff Nuno

O Funk Carioca é um ritmo genuinamente brasileiro que foi construído com o tempo e conquistou um lugar nas playlist nacionais (e internacionais), mas agora vai conquistar também um lugar no calendário.

Esta semana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o projeto de Lei (PL) 2.229/2021, que cria o Dia Nacional do Funk, no dia 12 de julho. Atualmente existe apenas uma data isolada comemorada desde 2016 em SP no dia 07 de julho – o dia do assassinato do cantor MC Daleste, em 2013 – mas com o novo projeto a comemoração irá se tornar nacional.

Nas redes sociais, Lula e o Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, publicaram um vídeo onde destacam a importância do Funk.

“Muito mais do que um gênero musical. [Ele é] uma plataforma de transformação social que denota a voz, identidade e resistência das periferias […] Reconhecimento mais que merecido para uma cultura que nasceu nas periferias e conquistou o Brasil e o mundo”.

A história do funk no Brasil

O funk carioca surgiu nos anos 80, misturando batidas eletrônicas do hip hop, poesia do rap e a presença de DJs. As letras abordavam a vida nas favelas cariocas, a partir dos anos 90, com o aumento da violência urbana, as letras passaram a refletir essa realidade e a lutar por direitos civis.

Nos anos 2000, as letras tornaram-se mais provocativas e focadas em frases marcantes, muitas vezes incorporando elementos de outros gêneros musicais. Atualmente, o funk carioca se divide em diversos subgêneros como funk melody, funk ostentação, funk proibidão e new funk.

A importância cultural do funk no Brasil

De acordo com o especialista em distribuição digital internacional de músicas e CEO da empresa LUJO NETWORK, Jeff Nuno, o funk merece reconhecimento como movimento cultural do Brasil.

“O funk tem uma importância cultural muito grande no Brasil, principalmente por dar voz às comunidades periféricas e mostrar as suas realidades e aspirações. Ele promove inclusão e identidade, sendo mais que um simples gênero musical, mas um meio de resistência”.

“Vale ressaltar a importância da dedicação de cantores e produtores para que o funk ganhe mais espaço no mercado, superando preconceitos e barreiras. É esse esforço que permite que o funk continue a crescer”, afirma Jeff Nuno.

O funk e a mudança na vida os artistas

O funk, além de um elemento cultural importante para o Brasil, também ajuda a mudar a vida de muitos artistas, como é o caso do DJ Puffe que começou na música em um grupo de pagode, mesclando com funk e abraçando essa cultura.

“A maior importância do funk é salvar vidas, ele não é só um estilo musical. A galera começou a ver no funk uma saída para se tornar alguém na música, no meu caso, o funk abrir portas pra mim e me deu a oportunidade de me tornar um músico conhecido”, conta DJ Puffe, que irá lançar seu EP “Set Dj Puffe e Tugas Vol.1” no dia 10/08.