Diretor Mailson Soares lança segundo episódio da série “Favela Made”, do seu projeto Do Capão a Hollywood
Em seu canal, o diretor brasileiro radicado em Los Angeles apresenta distintas vivências e entrevista…
Em seu canal, o diretor brasileiro radicado em Los Angeles apresenta distintas vivências e entrevista especialistas na série “Favela Made”
Do Capão a Hollywood é um projeto do diretor e diretor de fotografia Mailson Soares que, em 1992, nasceu no Capão Redondo (São Paulo) e, em 2015, mudou-se para Los Angeles, na Califórnia, para investir em sua carreira no audiovisual. No canal do Youtube, ele não apenas compartilha conteúdos que exploram sua vida e experiências, como também faz rodas de conversa e, na série “Favela Made”, entrevista especialistas de diversas áreas, selecionados sob a curadoria de Tainá Ramos e Maykon Soares. O segundo episódio vai ao ar no dia 18 de janeiro, onde entrevista a Sacerdotisa do Candomblé Iyá Omilade (Yemojazz).
“Eu criei o canal com o objetivo de dar vida aos meus próprios projetos pessoais através do meu olhar e experiência, espalhar nossa cultura e de certa forma trocar informações com as pessoas de favelas e não favelas do mundo todo. A combinação do lugar onde eu cresci com o lugar onde vivo por mais de 8 anos”, explica Mailson. “Isso tem agregado muito na minha carreira, além de me conectar com pessoas e histórias reais. É onde eu consigo conciliar tudo que aprendi e criar sem filtros para as pessoas que me acompanham. É uma plataforma aberta que também serve de portfólio para aqueles que têm o interesse em me conhecer em uma camada profissional porém um pouco mais pessoal.”
No ar desde 2020, depois de ter uma vivência por cinco anos em Hollywood e em plena pandemia, ele aborda seu lifestyle; fez rodas de conversa sobre empreendedorismo na favela; apresentou o minidoc Mundo Invisível, onde deu voz a um coletor de ferro velho, um vendedor de balas de semáforo e entregadores de aplicativo.
FAVELA MADE
“Favela Made” é a série onde Mailson entrevista especialistas de diversas áreas, como música, artes plásticas, saúde mental e espiritualidade, selecionados sob a curadoria de Tainá Ramos e Maykon Soares.
“A seleção é cuidadosamente fundamentada em uma pesquisa que considera figuras de diversos lugares e diversas áreas valorizando a troca de informações e a relevância social no contexto da expansão cultural”, diz Mailson.
O primeiro episódio foi gravado em Los Angeles com o DJ, produtor musical, empresário e embaixador de música africana, de Mataheko, Accra (Ghana), Blaq Pages. Eles falaram sobre música, a diáspora africana e suas influências e já está disponível no canal Do Capão a Hollywood desde junho de 2023. O segundo episódio é com a Sacerdotisa do Candomblé Iyá Omilade (Yemojazz) e vai ao ar no dia 18 de janeiro.
Em seguida, o músico e produtor estadunidense Devin Morrison; depois a psicóloga Thalyta Basílio; então o artista jamaicano nomeado ao Grammy 2023 Blvk H3ro; em seguida o artista plástico Gabriel Ribeiro; finalizando, a psiquiatra Dra Ana Carolina. Todos os episódios serão disponibilizados na terceira quinta-feira do mês.
“FAVELA MADE” @ Episódios por Mailson Soares
06/06/23 – Blaq Pages
Nascido em Accra, Gana, atualmente com base em Los Angeles, BLAQ PAGES, embaixador da música africana e empreendedor, tornou sua missão compartilhar a música africana com a comunidade global, tomando a iniciativa de liderar várias organizações que promovem artistas e música africanos. BLAQ PAGES também é o fundador e co-diretor da African Music Association, liderando o Mês Internacional Anual da Música Africana (celebrado anualmente em maio). O estabelecimento dessas organizações faz parte do objetivo de Pages de espalhar a música africana e criar uma comunidade global onde a música africana seja reverenciada e apreciada. Além de liderar várias organizações e grupos. Como DJ e produtor musical internacionalmente conhecido, BLAQ PAGES é conhecido por seus sets contagiantemente energéticos, mesclando gêneros e repletos de seu amplo conhecimento de Tribal House, TRYBVL, Afro House, GQOM, Kuduro, Afro beats e Highlife. Sua maestria e compreensão da diversidade da música africana são evidenciadas na curadoria de seus eventos altamente bem-sucedidos, como Afrobeats to the wolrd, Afro GoGo e TRYBVL, que atraem um público muito diversificado de todo mundo.
BLAQ PAGES também é membro fundador da equipe de som africana conhecida como “Zongo Sound System”.
Blaq Pages também compartilhou palcos com artistas internacionais como Marley Brothers, Machel Montano, Walshy Fire do Major Lazer, Burna Boy, Wizkid, Davido, Mr. Vegas, Wyclef, Maleek Berry, Stonebwoy, Sarkodie, Shatta Wale e muitos outros.
18/01 – Iyá Omilade (Yemojazz)
Iyá Omilade, também conhecida como Yemojazz é uma mulher preta, Sacerdotisa de Candomblé, compositora e ativista anti-racista pelos direitos dos povos de terreiro. Sua extensa trajetória inclui notável participação nas expressões artísticas, culturais e sociais afro-brasileiras. Além disso, é pedagoga, dedicando-se à coordenação de projetos educacionais que promovem a valorização das tradições de matriz africana e atualmente é estudante de Direito. A religião desempenha um papel significativo na história do Brasil, exercendo considerável influência sobre a sociedade. Por essa razão, decidi convidar Iyá Omilade para discutir sobre Candomblé e espiritualidade. Abordar o Candomblé e a cultura negra no Brasil é mais do que uma necessidade; é uma busca por compreender nossa história, essencial para promover a evolução e aprimorar a qualidade de vida da população em geral.
Acredito firmemente que vivenciamos um momento de reencontro, no qual a comunidade preta do Brasil está cada vez mais conectada às suas raízes, evidenciando ao mundo a riqueza de nossa herança diaspórica. Este fenômeno é de imensa magnitude e importância para a nossa história. O propósito deste programa é sempre enaltecer a cultura preta brasileira e por meio dessas conversas, aprofundar nosso entendimento sobre temas cruciais para o desenvolvimento pessoal.
Neste episódio conseguimos abranger uma variedade de tópicos, todos voltados para o desenvolvimento pessoal e espiritual. Mesmo aqueles que não se identificam ou praticam o Candomblé podem se conectar com este episódio, pois oferece uma oportunidade única de compreender a si mesmo e apreciar a riqueza da diversidade cultural brasileira.
15/02 – Devin Morrison
Natural de Orlando (Flórida), o músico e produtor Devin Morrison foi criado em uma família musical, filho de David “Dah-Vi” Morrison, que tocou ao lado de seus irmãos no grupo gospel dos anos 70, Morrison Echoes, de Chicago. Enquanto crescia, teve aulas de piano por vontade de sua avó e na adolescência já produzia beats com seus irmãos. Após o colegial, aprimorou suas habilidades estudando composição musical e gravação na Oakwood University, no Alabama. A partir daí, passou um tempo morando no Japão e trabalhando com artistas de hip-hop de Tóquio, Fitz Ambro$e e Budamunk. Voltando aos Estados Unidos, mudou-se para Los Angeles. Em 2019, lançou seu álbum de estreia, Bussin’, pelo selo NBN Records, do produtor parisiense Onra. O álbum contou com participações especiais de Daz Dillinger, Joyce Wrice e We Are King, bem como do pai e do irmão de Morrison (Lakks Mable). No final do ano, Morrison apareceu em faixas de nomes como Crush, Phonte, Zo!, Nao Yoshioka e Submerse.
Morrison é um grande admirador do Brasil. Neste episódio, exploramos sua paixão pelo Brasil, pela cultura brasileira e por seu estilo musical único. Devin é o criador de um novo gênero musical chamado “DreamSoul”, no qual ele mescla elementos do surrealismo, nostalgia e espiritualidade. Além disso, colaborou com o cantor Masego na produção e composição do sucesso de Thanksgiving, “Yamz”. Devin também trabalhou com artistas como Kirk Franklin, Joyce Wrice, Nas e Hit-boy.
21/03 – Thalyta Basílio
A importância do debate sobre saúde mental é inegável, especialmente nos tempos atuais. Em minhas conversas com amigos, tenho notado que ao compartilhar abertamente as minhas próprias dificuldades emocionais, muitas vezes isso cria um ambiente propício para que a outra pessoa também se sinta à vontade para compartilhar suas experiências. Esse tipo de diálogo em que as emoções são discutidas de forma aberta, gera um intercâmbio saudável e positivo para ambas as partes.
O enfrentamento simultâneo do racismo e das expectativas associadas à masculinidade cria um combo devastador, resultando em sofrimento silencioso para muitas pessoas, frequentemente sem compreenderem completamente o porquê.
Com o propósito de abrir esse diálogo e aprofundar o entendimento sobre psicologia e os benefícios da terapia, convidei a psicóloga Thalyta Basílio, fundadora da Lagê Psicologia.
A conversa que tivemos conseguiu abordar um tema denso de maneira leve e informativa. Estou confiante de que este episódio será bem recebido e beneficiará muitas pessoas, incentivando-as a superar a resistência em buscar ajuda profissional para cuidar de sua saúde mental. Thalyta, como psicóloga, concentra seu trabalho na comunidade preta e na comunidade LGBTQIAP+, enquanto eu, um homem preto do Capão Redondo também já enfrentei resistência em buscar cuidados mentais. Essa união de experiências proporcionou uma abordagem mais direta e específica para a população negra e periférica do Brasil.
18/04 – Blvk H3ro
BLVK H3RO (pronunciado Black Hero), reconhecido como um dos artistas jovens mais empolgantes e originais da Jamaica por seu som de reggae moderno, tem recebido aclamação por meio de colaborações com artistas proeminentes como Skillibeng e Bunny Wailer. Ele se destaca ainda mais por um endosso único do Primeiro Ministro Andrew Holness e por uma indicação histórica ao Grammy em 2023 — a primeira para um artista de reggae na categoria de Melhor Performance de Música Global. Sua mais recente obra, “On A Mission”, lançada pela Delicious Vinyl Island em 2023, apresenta o som abrangente de H3RO, misturando ritmos de reggae, dancehall e afrobeats com toques de soul e R&B, e destacando colaborações com artistas renomados, incluindo Skillibeng, Demarco, Teejay, Dre Island, Kojo Funds e Winky D.
16/05 – Gabriel Ribeiro
Gabriel, um artista que acompanho há muitos anos, teve seu primeiro contato com a arte por meio das pinturas de sua mãe, mesmo nunca tendo visto ela pintar. Cresceu em uma comunidade próxima ao Ipiranga e foi profundamente influenciado desde a infância pela música e a rica cultura asiática.
Essas influências se manifestam de maneira marcante em sua arte, que, apesar de ser uma expressão artística preta, destaca-se por sua completa ruptura com estereótipos e já ultrapassou fronteiras alcançando países como França, Reino Unido e Bélgica.
Decidi convidá-lo para o Favela Made com o intuito de abordar temas como cultura brasileira, arte, masculinidade e pensamento inovador.
Este episódio evidencia claramente a importância de uma mente livre e a beleza de ser autêntico. Destaca a necessidade de as pessoas não se prenderem a estereótipos, pois isso limita grandemente as possibilidades. Além disso, a conversa entre dois homens pretos oriundos de periferias, que fazem terapia, exploram diferentes culturas ao redor do mundo e possuem uma visão ampla sobre o impacto colonial no Brasil até os dias atuais, é conduzida em uma linguagem acessível e de fácil compreensão. Sinto que, a cada edição, estamos presenteando o público com conteúdo informativo de qualidade excepcional, acompanhado de uma experiência audiovisual extraordinária.
20/06 – Doutora Ana Carolina
Ana Carolina, uma mulher preta, mãe e médica psiquiatra, originária da zona leste de São Paulo, dedicou-se aos estudos desde os 8 anos com o objetivo de se formar em medicina. Para se especializar em psiquiatria, é necessário completar 6 anos de curso de medicina, seguidos por mais 2 ou 3 anos de residência na área. Ana passou por todos eles e emergiu como uma profissional e pensadora excepcional.
Escolhi a Dra. Ana para este episódio com o propósito de explorar sua história e desmistificar a psiquiatria. A sociedade ainda carrega muitos preconceitos sobre esse tema e muitas pessoas não compreendem a diferença entre psiquiatria e psicologia. Mais uma vez, enfatizo a importância da saúde mental. Acredito que ao trazer esse assunto à tona e discuti-lo com naturalidade, aumentamos a possibilidade das pessoas entenderem e pelo menos, despertarem o interesse em buscar ajuda ou mais informações.
Mesmo conduzindo o programa com perguntas, senti-me imerso em uma sessão de psicoterapia ao lado de alguém que não apenas compartilhou conhecimento, mas também provocou reflexões e proporcionou um ambiente confortável. Creio que essa será a sensação do público ao assistir a este episódio, além de proporcionar uma compreensão mais profunda de quando e como recorrer à psiquiatria.