Ferreita Gullar - Foto Divulgação

Ferreira Gullar: Diário do Exílio Revela Memórias Inéditas em Lançamento Histórico

Ferreira Gullar (1930-2016) foi um dos maiores poetas brasileiros. Ou melhor, um dos maiores escritores do…

Ferreira Gullar (1930-2016) foi um dos maiores poetas brasileiros. Ou melhor, um dos maiores escritores do país, porque fez, além da poesia, romances, ensaios, memórias, biografias, traduções e crítica de arte. Mas, se a intenção é mesmo conhecer seu auge, “Poema Sujo”, livro de 1976, é o melhor acesso. Uma voz poderosa contra a ditadura, Gullar caiu na clandestinidade, ficou preso com Gil, Caetano e Paulo Francis, e precisou deixar o país nos anos 1970, vivendo na União Soviética, na Argentina e no Chile. Esse período é passado a limpo no livro de memórias “Rabo de Foguete: Os Anos de Exílio”, que a José Olympio acaba de reeditar. Entre registro pessoal e documento histórico, a trajetória do personagem Ferreira Gullar é conduzida num ritmo ágil pelo escritor Ferreira Gullar. São páginas que representam dores e incertezas de uma geração empurrada para fora de seu caminho. A edição tem duas bossas: fotos inéditas do período do exílio e relatórios do Serviço Nacional de Informação (SNI) sobre as investigações do governo militar quanto ao paradeiro do poeta. Quando retornou ao Brasil, em 1977, ainda antes da Anistia e na condição de perseguido político, Gullar não escapou de passagens pelos porões do DOI-CODI. Caso raro de poeta best-seller e eleito para a Academia Brasileira de Letras, Ferreira Gullar tem uma obra tão poderosa que muitas vezes seu histórico de vida fica relegado a um segundo plano. “Rabo de Foguete” está de volta para corrigir isso.

Ferreita Gullar – Foto Divulgação