Mulheres trabalham por mais representatividade no mercado fonográfico

Mulheres trabalham por mais representatividade no mercado fonográfico

Empreendimentos geridos por elas promovem valorização das vozes femininas na música

Mulheres são minoria na música mundial. Segundo dados da ONG Women in Music, elas ocupam só 30% do setor. No Brasil, o relatório “Por Elas que Fazem a Música”, da União Brasileira de Compositores (UBC), revela que a cada R$ 100 de rendimentos com música distribuídos, apenas R$ 9 é destinado a mulheres.

Obrigadas a vivenciar a discriminação de gênero, muitas utilizam a música como ferramenta para reivindicar direitos e denunciar desigualdades. Em 1963, Elza Soares já cantava que “Maria que cuidava muito bem da louça, um dia descobriu-se, descobriram a moça, (…) já não faz o que ficou mandada, trocou a luz de vela pelo refletor [dos palcos]”.

Iniciativas como a Frente Nacional Mulheres no Hip Hop, presente em 15 Estados brasileiros, buscam fortalecer vozes femininas no rap e na cultura urbana. No DF, o projeto Dona Imperatriz forma mulheres para inseri-las no mercado fonográfico. Mais de 50 já passaram pelas oficinas e palestras abertas e oito compositoras integram um programa de aceleração de carreiras e lançamento de músicas inéditas.

“Nosso projeto trabalha para que o universo da música seja cada vez mais justo e equânime. Levamos em consideração as estruturas sociais e familiares de cada mulher para que elas ocupem a posição de gestoras de suas carreiras, donas de seus próprios impérios. As artistas do DF e Entorno são extremamente importantes para a cultura e economia do Centro-Oeste e devem ser valorizadas”, afirma Thabata Lorena, idealizadora do Dona Imperatriz.

O Dona Imperatriz oferece, até 15 de julho, instrução em elaboração de projetos, trajetória e legado público, articulação em rede, gestão de mídias sociais e economia criativa com artistas renomadas da cena contemporânea. A capacitação é aberta para mulheres acima de 14 anos e conta com interpretação em Libras. Inscrições em http://bit.ly/PalestraseOficinas.

O que o Brasil ouve

O relatório “O que o Brasil ouve”, do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), aponta que dentre uma amostra de 300 mil músicas mais tocadas nos últimos anos e que tiveram rendimentos por execução pública nos segmentos de Rádio, Casas de Festas e Diversão, Música ao Vivo, Festa Junina, Sonorização Ambiental, Show e Carnaval, apenas 14% têm mulheres na autoria.

PRÓXIMAS ATIVIDADES ABERTAS DO DONA IMPERATRIZ

Oficinas
03/06 às 19h e 05/06 às 15h: Articulação em Rede com Jaqueline Fernandes;
22/06 às 19h : Gestão de Redes Sociais com Neggata;
24/06 às 19h: Economia Criativa com Wemmia Anita
29/06 às 19h: Mercado Fonográfico com Filipe Alemar
10/07 às 15h e 13/07 às 19h: Elaboração de Projetos e Formalização com Clara Nugoli;
Palestras sobre Inspiração e Trajetória
19/06 às 15h, com Raissa Miah, Carli Ayô e Key Amorim
26/06 às 15h, com DJ Donna
15/07 às 19h, com Realleza

Para mais informações, acesse @donaimperatriz nas redes sociais.