Nelson Triunfo fala sobre sua trajetória na cultura hip hop
Histórias, experiências e pioneirismo de Nelson Triunfo no hip-hop brasileiro são temas abordados na série Cada Voz no site do Itaú Cultural
As entrevistas realizadas pelo fotógrafo Marcus Leoni com artistas de diversas áreas da cultura, levam mensalmente ao público um olhar mais próximo e sensível sobre cada personagem entrevistado e sobre suas obras. O dançarino de breaking e ativista social Nelson Triunfo é o representante de julho. No bate-papo, fala das dificuldades, dos preconceitos enfrentados, da mudança para São Paulo e das influências dos ritmos brasileiros em seu rap.
A entrevista com o dançarino de breaking e ativista social Nelson Triunfo, um dos precursores da cultura hip-hop no país, é a próxima a ser disponibilizada no site da Enciclopédia Itaú Cultural, dentro da série Cada Voz. O bate-papo conduzido pelo fotojornalista Marcus Leoni, entra no ar no dia 6 de julho e apresenta a trajetória artística, as dificuldades e preconceitos sofridos ao longo dos anos por Triunfo. O vídeo tem legenda em português, interpretação em Libras e estará também no canal da instituição no YouTube (https://www.youtube.com/itaucultural).
Diferente de outros vídeos presentes na Enciclopédia, Cada Voz foca nos aspectos das trajetórias profissionais e pessoais, levando ao público um olhar mais próximo e sensível dos artistas. No de Triunfo, o público conhece imagens de seu arquivo pessoal e suas referências desde o sertão pernambucano até São Paulo. Ele conta que sua relação com o ativismo foi natural, algo que já estava intrínseco nele: “o ativismo vem como uma liderança, como uma coisa que estava em mim”, diz. “Só de eu ser nordestino e não esconder, de estar no militarismo e usar o cabelo black power, de os caras baterem em mim, porque eu estava no centro da cidade dançando e falarem que aquilo era negócio de vadio e eu falar para eles que era arte, me levarem preso e mesmo assim eu voltar para o mesmo lugar no dia seguinte para dançar e não desistir, isso aí pra mim era um ativismo.”
Nelson Triunfo chegou em São Paulo em 1977, quando formou o grupo Funk & Cia, que dançava músicas de James Brown, Tony Tornado, Sexy Machine.
“Eu fui o primeiro a levar dança para a rua, para a 24 de maio. Hoje é lotado, ali, durante a noite, virou uma vibe. Antigamente, terminava o horário do trabalho, parecia um deserto”, conta. “Para mim, o primeiro rap não foi o Rapper’s Delight, do Sugarhill Gang, lá de fora, em 1979. Eu já conhecia o coco de embolada, que é um flow. A embolada para mim é rap”, afirma. “Outra coisa que eu não deixei de fazer nas minhas letras foi trazer as manifestações da cultura brasileira. Dentro das minhas rimas tem maracatu, tem forró e é pesadíssimo, treme terra.”
O artista também foi um dos pioneiros nos projetos que utilizam o hip-hop como um instrumento de educação e inserção social, por meio de oficinas, palestras, debates e outras atividades com crianças e adolescentes, trabalho que desenvolve até hoje. Fruto desta iniciativa, Nelson Triunfo foi um dos responsáveis pelo surgimento, em 1999, da Casa do Hip-Hop de Diadema.
Serviço:
Dia 6 de julho
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa443896/nelson-triunfo