Romance: Colson Whitehead Mescla Crítica Social e Humor em Obra de Ficção Impactante
Aos 55 anos, o romancista americano Colson Whitehead é um dos quatro escritores que ganhou…
Aos 55 anos, o romancista americano Colson Whitehead é um dos quatro escritores que ganhou duas vezes o Prêmio Pulitzer por Ficção, com “Underground Railroad: Os Caminhos para a Liberdade”, em 2017, e “Reformatório Nickel”, em 2020. Este segundo é o livro que deu origem ao longa “Nickel Boys”, que recebeu indicação nas categorias Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado no próximo Oscar. Figura central hoje na literatura americana, Whitehead volta ao personagem Ray Carney no novo livro, “As Regras da Trapaça”, editado no Brasil pela mesma Harper Collins que publicou seus livros anteriores por aqui. Trata-se de uma continuação de “Trapaça no Harlem” (2021), obra que apresentou ao público Carney, que tem parte da família envolvida no mundo de crime na Nova York na virada dos anos 1960.
O livro tem doses fartas de humor, de crítica social e de um cinismo incomum. E uma radiografia acurada da tensão racial no bairro negro do Harlem, em plena ebulição da luta pelos direitos sociais nos Estados Unidos. Todas essas características retornam em “As Regras da Trapaça”, ambientada em 1971, quando Carney tenta levar uma vida tranquila no comércio, longe da bandidagem. Um simples pedido, ingressos para o show do Jackson 5, que sua filha adora, dispara uma trama que traz uma reviravolta atrás da outra e, claro, insere novamente o protagonista do outro lado da lei. Uma das leituras mais divertidas e inteligentes deste início de ano.