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Will Smith transforma introspecção em música no álbum “Based on a True Story”

Will Smith poderia ter deixado o polêmico tapa no Oscar marcar o declínio de sua…

Will Smith poderia ter deixado o polêmico tapa no Oscar marcar o declínio de sua carreira, com sua reputação abalada e sua vida pessoal sob escrutínio. No entanto, em vez de recuar, o ator e músico decidiu se aprofundar em um processo de autorreflexão.

Nesse caminho, Smith redescobriu a música como uma forma de expressão, utilizando o microfone para expor seus pensamentos após anos priorizando sua trajetória em Hollywood.

“Passei os últimos anos mergulhando profundamente nas partes de mim que precisavam de mais clareza e enfrentando questões internas difíceis”, afirmou Smith, vencedor do Oscar e do Grammy. Seu novo álbum, “Based on a True Story”, será lançado nesta sexta-feira e marca seu retorno à música após duas décadas, desde o disco “Lost and Found”.

“Esse álbum é o resultado da minha autoanálise. Cada faixa aborda uma parte de mim que descobri ou quis explorar. É o trabalho musical mais completo que já criei”, revelou o artista.

Colaborações e influência da fé

O novo projeto de Smith traz participações de Big Sean, Teyana Taylor, DJ Jazzy Jeff, Jaden Smith, Jac Ross e o Sunday Service Choir de Kanye West. O álbum incorpora elementos do gospel, mas Smith não o define como um disco totalmente religioso, apesar do sucesso da faixa “You Can Make It”, que chegou ao topo da Billboard Gospel Airplay.

A fé renovada do artista influenciou diretamente sua abordagem criativa. Ele pretende lançar três álbuns neste ano, cada um representando um ciclo em sua jornada.

O primeiro desses ciclos, chamado “Rave in the Wasteland”, se desenrola ao longo das 14 faixas de “Based on a True Story”, refletindo seu aprendizado com os desafios da vida.

“Cheguei a algumas respostas muito significativas sobre mim mesmo, sobre minha percepção de Deus e da realidade”, explicou Smith.

Transformando adversidade em criatividade

Aos 56 anos, Smith segue como uma estrela global, mas sua reconstrução profissional tem sido um desafio. Ele enfrentou críticas severas após o episódio no Oscar de 2022, que resultou em uma suspensão de 10 anos da premiação. Personalidades como Zoë Kravitz, Wanda Sykes e Rob Reiner condenaram suas ações, e Jim Carrey afirmou que Smith “extrapolou seus limites e cedeu à pressão”.

Quando questionado sobre essa declaração, Smith concordou, mas destacou que precisou se afastar para compreender a si mesmo de forma mais profunda.

“Existe uma versão menor de mim que chega ao limite. Mas, ao dar um passo para trás, percebo um espaço infinito onde minha capacidade é tão vasta quanto a própria vida”, disse ele.

A busca por redenção ficou ainda mais complexa quando Chris Rock reacendeu a polêmica em seu especial de comédia e Jada Pinkett Smith expôs detalhes do casamento no livro “Worthy”, gerando uma nova onda de comentários nas redes sociais.

Apesar das dificuldades, Smith usou essas experiências para alimentar sua criatividade.

“A resiliência emocional se constrói quando enfrentamos os desafios de frente, sem fugir”, afirmou. Ele se inspirou na resistência de figuras como sua avó, Nelson Mandela e na filosofia da budista tibetana Pema Chödrön, adotando o conceito de “encarar os momentos difíceis” como uma forma de crescimento.

Essas influências ajudaram Smith a canalizar sua jornada na música.

“Aprendi a aceitar e celebrar meus desafios. Eles são, na verdade, um currículo divino”, disse o vencedor de quatro Grammys, conhecido por clássicos do rap como “Summertime”, “Men in Black”, “Gettin’ Jiggy Wit It” e “Parents Just Don’t Understand”.

Se antes sua música tinha um tom mais descontraído, agora Smith adota uma abordagem mais séria.

“Estou aprendendo a lidar melhor com os momentos difíceis. Agora, quando algo acontece, penso: ‘Ótimo, obrigado, estou pronto para aprender’”, afirmou.

Turnê mundial e novos projetos no cinema

Surpreendentemente, Smith se prepara para sua primeira turnê como artista principal.

O show será dividido em três partes: uma fase nostálgica com DJ Jazzy Jeff, outra destacando sua trajetória no cinema e na TV, e um terceiro ato, chamado “nova fase, nova energia”, onde Jeff e outros convidados retornam ao palco.

A turnê começará em 25 de junho, no Festival Mawazine, no Marrocos, e seguirá pela Inglaterra, França e Alemanha, finalizando em setembro, em Paris. No repertório, Smith apresentará sucessos como “Miami” e “Summertime”, além de músicas do novo álbum.

Paralelamente, o ator tem vários filmes em pré-produção, incluindo “Fast and Loose”, “Hancock 2”, “Eu Sou a Lenda 2” e “Planes, Trains and Automobiles”, segundo o IMDb.

Agora, Smith encara essa nova fase com energia renovada.

“Estou prestes a viver o momento mais criativo da minha carreira”, declarou. “O que estou prestes a fazer na música e no cinema… Eu mal consigo dormir à noite de tanta empolgação.”

Fonte: apnews.