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“Ícone”, segundo disco de Derek, eleva o status do trap à arte

Integrante do coletivo Recayd Mob, o artista mostra o requinte do estilo musical com referências…

Integrante do coletivo Recayd Mob, o artista mostra o requinte do estilo musical com referências incomuns ao ritmo

O trap é um ritmo ainda novo no Brasil, mas, aos poucos, foi ganhando grandes proporções e se tornando uma consistente parcela dentro cultura hip hop nacional. É em meio a essa busca por legitimidade desse gênero que nasce o disco Ícone, segundo álbum do trapper Derek, integrante de um dos principais representantes dessa vertente do rap, o coletivo Recayd Mob. Com samples de Cartola, o trabalho traz letras em que a ostentação norteia a narrativa, algo que é característico do trap. Só que não se limita a isso. Ele agrega também tons autobiográficos e sentimentais. O artista experimenta toda a pluralidade do trap e busca reafirmar que o estilo pode, sim, ter status de arte. E ele de ícone. (Ouça o disco)

Sem perder o tom reflexivo tão comum ao rap, a faixa “Remédio e Drogas” abre o disco com um recado que chega como um lembrete para Derek e outros artistas: “eu não sou um produto”. Uma das faixas que mais abusa das distorções vocais, a música traz a participação do trapper Sotam.

As participações, inclusive, são pontos altos do segundo disco de Derek. Dfideliz, Jé Santiago e MC Igu – também integrantes do Recayd Mob – aparecem, respectivamente, nas músicas “Lounge”, “Fé, Fé, Fé” e “Bandido Artista”. Também somam na ficha técnica: Lucas Silveira, da banda Fresno, que canta na biográfica “Me Sinto Sozinho”; e o rapper americano A$AP Ant, integrante do coletivo A$AP Mob, que está em “NO CAP”.

Toda a mistura de influências e sonoridades “marca a volta de um Derek mais musical”, como diz o artista ao comentar sobre a experimentação de várias melodias. “As pessoas estavam sentindo falta do meu lado mais sentimental, mais emocional, então o álbum tem esse ar de nostalgia, tem algumas músicas que lembram o meu primeiro álbum (Paris, 2016)”, conta.

Por fim, Derek resgata a sua trajetória até o posto de ícone, e, sob melodia construída por um requintado encontro de samples, ele “dá um salve” e agradece a todos que contribuíram no processo de criação do disco. Além das faixas citadas, “For Real”, “Será que um dia você volta?”, “Ferrari pt. 2”, “Ei Mãe” e “Baby Me Desculpa” completam a tracklist.

[Ouça o disco]