O Ben para todo mal: Afro-X fala sobre filharada, rap, apoio materno, prisão e nascimento do 509-e

Afro-X fala sobre rap, filhos, prisão e nascimento do 509-e

O rapper Afro-X é o entrevistado no mais recente episódio d’O Ben para todo mal…

O rapper Afro-X é o entrevistado no mais recente episódio d’O Ben para todo mal — série de entrevistas em vídeo que aborda músicos em conversas sobre a relação entre filhos e o fazer artístico. Cristian de Souza Augusto, como foi batizado, se diz um sonhador, tal qual ele mesmo cantou na participação que faz em “A Vida É Desafio”, dos Racionais MC’s. Ironicamente, foi na prisão que conquistou a liberdade para experimentar alguns dos próprios anseios de pivete, como ser pai e integrar um grupo de rap com visibilidade nacional. O filho da dona Neusa viu nascer, da detenção, parte da prole que hoje tem oito rebentos: Hemelly Lawryn, João Pedro, Ryan Eduardo, Aysha, Maria Luiza, Tales, Lorenzo e Eva Lee Amani. Foi também no sistema prisional que criou o 509-E, grupo com o qual ganhou respeito e garantiu o sustento da família. Conversamos com Afro-X sobre lições de vida, apoio da mãe — que foi até inspiração para uma música —, responsabilidade parental e africanidade na música.

Este episódio faz parte da temporada “se criando no isolamento”, em que realizamos bate-papos remotamente com os entrevistados em razão das restrições impostas pela pandemia no novo coronavírus. O nome é assim mesmo, com grafia fora do padrão — como nossa ideia de parentalidade — trocando a ênclise, que seria o correto, pela próclise. A expressão “se criando” é uma gíria do Rio Grande do Sul e significa, a grosso modo, “se desenvolvendo”, “nascendo”.

Ainda teremos entrevistas com a cantora Fernanda Takai (Pato Fu) e com o jornalista André Barcinski (que, entre tantos trabalhos, escreveu a biografia de João Gordo, vocalista do Ratos de Porão e um de nossos convidados na primeira temporada). A estreia dessa fase do projeto foi com Iggor Cavalera (Mixhell, Petbrick e ex-Sepultura).

A montagem e edição do projeto segue sob a tutela de Sérgio Caldas, criador da Subverse Filmes.

Assista o papo com Afro-X:

Sobre o Ben para todo Mal

Filhos só fazem bem. Até para os maus — ou tidos como tal. Além disso, são um alento para todos os males. Dão trabalho, vá lá, mas são nosso bem mais precioso.

E o Homero, jornalista e pai do Ben, (com)provou isso desde que o guri nasceu. Aí, resolveu conversar com figuras que o cidadão de bem considera malvadas para mostrar a influência que uma criança exerce na vida dessa turma ‘maligna’.

Então, idealizou ‘O Ben para todo mal’ (assim mesmo, com ‘n’, para homenagear o filhote), série de entrevistas com criaturas fora dos padrões convencionais da família brasileira. A ideia é conversar com rockeiros — do mainstream ao underground — e gente que não se apega às convenções de pai & mãe tradicionais.

Na primeira temporada foram produzidos 13 episódios com personagens nacionais e internacionais. Entre eles: Jão e João Gordo (Ratos de Porão), Julia Barth (Os Replicantes), Andreas Kisser (Sepultura), Colin Abrahall (GBH), CJ Ramone, Rodrigo Lima (Dead Fish), Fredrik Larzon (Millencolin), João Kombi (Test), Toby Morse (H2O), Fredi Chernobyl (Comunidade Nin-Jistu),  Rafel Malenotti (Acústicos & Valvulados) e Simon Chainsaw (Simon Chainsaw & The Hippie Killers). Estão todos disponíveis aqui: www.youtube.com/c/OBenparatodomal

Quem ajuda nessa criação é o produtor e editor de vídeos Sérgio Caldas, da Subverse Filmes, que já tem extenso currículo com produções audiovisuais ligadas à música. É ele o responsável por conceber o projeto na tela.

Além de um canal no Youtube, a iniciativa ganhou espaço no canal Music Box Brazil — que  está na grade de programação das maiores operadoras de TV a cabo do país e é o segundo maior canal de música do país (sendo o primeiro de conteúdo nacional). As exibições são semanais e podem sofrer alterações conforme a programação da emissora.