Max B.O. celebra os caminhos percorridos ao longo da vida em “Estrada Aberta”
Focado no Rap tradicional, o artista viaja entre mundos internos e externos em seu novo…
Focado no Rap tradicional, o artista viaja entre mundos internos e externos em seu novo disco
Uma viagem do mundo interior ao mundo exterior, percorrendo todos desafios, prazeres e batalhas que travamos ao longo da vida. Esse é o fio condutor de “Estrada Aberta”, novo álbum do rapper Max B.O. que estará disponível em todas as plataformas digitais no próximo dia 17/05. Com participações de Kamau, Magrão, Ravi Lobo e Ajuliacosta, o disco foca em um rap mais cru, conectado ao Boombap e se mostra como uma verdadeira reverência ao Orixá Ogum, responsável por abrir caminhos com sua espada enquanto guia e protege seus filhos.
Feito a quatro mãos, o disco “Estrada Aberta” foi criado por Max B.O. em conjunto com o produtor musical e beatmaker Noturno 84 na cidade de São Paulo ao longo de todo o segundo semestre de 2023, enquanto o rapper participava das eliminatórias do Samba Enredo da escola Vai Vai. Alinhados no conceito de caminhos abertos, sempre em busca de novas direções, os artistas contam, ainda, com a colaboração do DJ Nato PK na construção de refrões, colagens de falas e na conexão das faixas entre si.
“A ideia central deste trabalho são as estradas, becos e vielas que percorremos, desafios que enfrentamos interna e externamente. A concepção artística visual é pautada na natureza e em parâmetros estabelecidos entre o velho e o novo, como as situações vividas por nossos antepassados são parecidas com as que vivemos em tempos atuais, como se os tempos fossem outros, mas as questões as mesmas. A busca por auto afirmação, o racismo que sofremos, como vemos e como somos vistos. A sonoridade está especialmente conectada com a raiz do rap, voz e batida.”
Diferente de “O.M.M.M.” (2019), trabalho anterior de Max B.O. no qual a produção partiu de batidas abertas à participação de diversos músicos, “Estrada Aberta” busca uma forma mais tradicional de fazer Rap. Além da sonoridade em si, as referências para a construção de sua identidade visual navegam entre o disco “Brava Gente” de Thaíde & DJ Hum e “Piñata” de Freddie Gibbs e Mad Lib, como uma forma de resgatar a ideia de estrada ilustrada pelo caminho de Ogum no primeiro disco, e pela união de um MC e um beatmaker apresentada pelo segundo disco.
“Quero que as pessoas se vejam nesse trabalho e que ele traga novos horizontes para quem estiver ouvindo, como uma estrada a ser percorrida, em busca de novas estações, novas paradas. Esse álbum é pra quem gosta de conhecer outros caminhos e de se conhecer, de buscar novas paisagens. Vai do que a gente sente aqui dentro do corpo ao que a gente vê quando desbrava o mundo. Desejo transmitir às pessoas a sensação de pertencimento sobre o caminho que percorremos durante nossa existência.”
“Estrada Aberta” conta a produção musical de Max B.O. em parceria com Noturno 84, também responsável pela mixagem e masterização do disco, além da produção executiva de Juliana Melo.
Saiba mais sobre Max B.O.:
Marcelo Silva, conhecido como Max B.O., é um dos pioneiros na rima de improviso do Rap (Freestyle) no Brasil, considerado por muitos MCs e entendedores da oralidade um verdadeiro “mestre do Freestyle nacional”. Criou, ao lado de Paulo Napoli, a Academia Brasileira de Rimas – movimento precursor de MCs que se dedicavam ao freestyle no Brasil – e, pouco tempo depois de encerrar o projeto, deu o pontapé inicial para a sua carreira solo. Já dividiu estúdio com nomes como Thaíde & DJ Hum, KL Jay, Edi Rock, Black Alien, Marcelo D2, Funk Como Le Gusta, Veiga & Salazar, Trio Mocotó, Rashid e Karina Buhr.
Apaixonado pela escola de Samba Vai Vai desde 1995, entrou para a Ala de Compositores em 2015, sendo o único membro da cultura Hip Hop a ocupar esse espaço. Neste mesmo ano, nasceu o “Partido B.O.”, grupo de Samba de Breque e Partido Alto. Estudante ativo da rima de improviso como ferramenta de comunicação, Max B.O. explora as mais diversas possibilidades e estilos. Além do domínio com o Freestyle e o Samba de Partido Alto – que é a veia de improviso do samba – o artista se arrisca no Repente, na Embolada e outros estilos de oralidade improvisada.
No cinema, Max B.O. atuou e fez parte da trilha sonora do longa-metragem “Antonia” de Tata Amaral. Assinou, ainda, a assistência de direção de “Versificando”, um média-metragem que aborda os diversos estilos de rima de improviso no Brasil como o Repente, Embolada, Freestyle, Samba de Partido Alto e Cururu e participou do filme “3P” que conta a história do basquete nacional. Na televisão, fez o MC Rappórter, quadro de destaque no programa Brothers da RedeTV! e apresentou o programa “Manos e Minas” na TV Cultura por 6 temporadas, fazendo mais de 250 programas.
Max B.O. ainda conta com uma carreira nas artes plásticas, iniciada em 2019 através de colagens analógicas, onde utilizava apenas cola, papel e tesoura. Com o passar do tempo, expandiu suas técnicas para Assemblage – pintura com a fusão de outros componentes. Em 2022, fez sua primeira exposição individual “Oju Adé – o Olho da Coroa” com 54 obras, ficando em cartaz no Tendal da Lapa e depois nas Oficinas Culturais Osvald de Andrade.
Formado em teatro desde os 11 anos de idade, foi aluno de Maria Chiesa e Augusto Boal. Em 2011, estreou, ao lado do DJ Babão, o espetáculo “Homero Rap – Ilíada e Odisséia” cantando partes da história grega em formato de Rap. Atualmente, trabalha no monólogo “Curiandamba” , idealizado e atuado pelo próprio rapper. O projeto é inspirado na energia ancestral de Geraldo Filme, um personagem muito importante na história do Vai Vai e do Samba Paulista.
Seu texto conta com o poeta de Slam Gustavo Arranjus, responsável por escrever sobre um “nego véio” do samba, além do auxílio de Alexandre Diniz e da direção de Renata Pimentel, professora, artista e escritora. Contemplada por um Edital, a peça tem estreia prevista para o segundo semestre de 2024, ano em que São João da Boa Vista, terra natal de Geraldo Filme, completa dois séculos.